As doenças neurodegenerativas — como Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) — representam um dos maiores desafios da medicina moderna. Caracterizadas pela perda progressiva de neurônios e declínio cognitivo e motor, elas comprometem significativamente a qualidade de vida do paciente e sobrecarregam familiares e cuidadores.
Nos últimos anos, a terapia hiperbárica tem ganhado destaque como uma abordagem complementar capaz de melhorar a oxigenação cerebral, reduzir inflamações e favorecer a regeneração celular. Mas qual é o real papel dessa terapia nesses quadros? O que a ciência já comprovou?
A terapia hiperbárica consiste na inalação de oxigênio a 100% em uma câmara pressurizada. Esse ambiente faz com que o oxigênio se dissolva no plasma sanguíneo em níveis muito superiores ao normal, alcançando áreas do corpo com circulação comprometida, incluindo o sistema nervoso central.
Esse aumento na oferta de oxigênio promove:
Esses mecanismos explicam por que a terapia vem sendo estudada como suporte em doenças que envolvem sofrimento celular crônico, como as neurológicas.
O cérebro é altamente dependente de oxigênio. Qualquer redução prolongada em seu suprimento pode desencadear degeneração neuronal. Com a terapia hiperbárica, há um aumento significativo da oxigenação cerebral, o que melhora o metabolismo celular e reduz processos inflamatórios.
Entre os principais efeitos observados estão:
Esses efeitos ajudam a retardar a progressão dos sintomas e a melhorar a qualidade de vida de pacientes em diferentes estágios da doença.
Doença de Alzheimer
Estudos recentes mostram que a terapia hiperbárica pode melhorar a memória, atenção e fluxo sanguíneo cerebral, além de reduzir proteínas inflamatórias associadas ao Alzheimer.
Doença de Parkinson
Pesquisas sugerem que o aumento da oxigenação cerebral auxilia na função motora e equilíbrio, reduzindo a rigidez muscular e os tremores característicos da doença.
Esclerose Múltipla (EM)
Pacientes submetidos a sessões regulares apresentaram redução da fadiga, melhora da cognição e menor frequência de surtos inflamatórios.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Embora não exista cura para a ELA, a oxigenoterapia tem mostrado potencial em melhorar a oxigenação dos tecidos e retardar o avanço da degeneração muscular e neurológica.
Além de aumentar o oxigênio disponível, a terapia hiperbárica atua diretamente na redução do estresse oxidativo, um dos principais mecanismos envolvidos na degeneração neuronal.
O excesso de radicais livres danifica células nervosas, enquanto o ambiente hiperbárico estimula a produção de enzimas antioxidantes e melhora a resposta imunológica. Essa combinação protege o tecido cerebral e favorece o equilíbrio metabólico.
A terapia hiperbárica representa uma das abordagens mais promissoras da medicina integrativa moderna. Embora não exista cura para as doenças neurodegenerativas, os estudos apontam que a oxigenoterapia pode retardar a progressão da doença, melhorar funções cognitivas e aumentar a vitalidade cerebral.
Com o acompanhamento adequado, ela se torna uma ferramenta poderosa para quem busca não apenas viver mais, mas viver com mais qualidade e lucidez.